segunda-feira, julho 19, 2010

Maré Negra

“O que esse vazamento de petróleo nos ensina? Espero que nos lembre do verdadeiro custo de nossa dependência dos combustíveis fósseis “
Philippe Cousteau, neto do célebre explorador francês Jacques-Yves Cousteu.

a internet mais humana

é muito bom navegar e descobrir trabalhos como o do Tiago na internet.
a sensação é de quase uma conversa mas, me serve a observação da matéria, de onde aliás tenho duas considerações.
a primeira que trata do fenômeno da adolescência tardia. o fruto das mudança de comportamento e hábitos da sociedade como um todo, e que tem um excelente estudo da filósofa e Mestra em Educação Tania Zagury não só com a Encurtando a Adolescência mas como também O Adolescente por Ele Mesmo e o mais recente Sem Padecer no Paraíso, quando aborda as ambigüidades entre os desejos e a necessidade de regras na sociedade criadas por influência de teóricos e o chamado fenômeno do psicologismo. uma visão do adolescente por ele mesmo, uma visão da sociedade e por fim a abordagem para os pais, com a importância para a sociedade de educar cidadãos, de se construir uma relação baseada na autenticidade e na democracia, tanto para as crianças, quanto para os pais.
enquanto comunicadores sabemos que a internet reflete os valores e a postura da sociedade como um todo. e este comportamento tem basicamente se retro-alimentado pelo individualismo e o egoísmo numa sociedade hedonista. nisso lembro que o segundo ponto é justamente o comportamento no outro fenômeno recente das redes sociais. alguns estudos realizados no Brasil e nos EUA demonstram a incapacidade humana de manter relacionamentos com um número muito grande de pessoas. o máximo seria, variando a fonte, entre 130 ou 350 pessoas. sem entrar no mérito das capacidades de comunicações e respostas, isto demonstra que as pessoas claramente somam números e artifícios que possam maquiar a sua inaptidão para manter relacionamentos próximos e assim as afastem do isolamento e solidão. ora, vemos que o fenômeno é global. acontece tanto em países anos mais adiantados como na direção oposta, nos países mais atrasados do oriente médio. o fenômeno ainda existente aqui é outro, o da inundação de jovens na internet. é visível que, ao menos no Brasil, a internet é um fenômeno jovem.
o que significa isto !? distorções de valores e objetivos de vida.

falta de limites na família. perda da autoridade paterna. excesso de liberdades individuais. desconstrução da família. perda do sentido do papel social e da presença da sociedade. explosão das mídias. segmentação da comunicação. globalização da informação.

acredito que uma intensa troca e cruzamento de informação entre indivíduos esteja recém começando e seja justamente através das atuais gerações de adolescentes. como uma grande turma, eles irão interagir cada vez mais e em maior número até tornarem realidade a imensa aldeia global, encerrando um longo e espinhoso ciclo bíblico, até chegar a uma nova e imensa mitológica consciência de unidade planetária.

posso sugerir o nome ? Gaia, claro, já há muito o mito existia, e em muitos povos.

domingo, julho 18, 2010

microconto

o frio ficou lá fora. para o claro da luz da lua quase cheia.

A Casa das Mil Portas

por infovias abertas em 2005 cruzei com o projeto do blogleiro Nemo Nox, A Casa das Mil Portas, por incrível que pareça, tudo era novidade, inquietante novidade.
não sei se foi por ver televisão demais, por ler Azimov e Julio Verne desde criancinha, mas, aquele era o destino certo.
um alívio do melancólico fim que nos anos 80 via a guerra fria tensa querer se encerrar através de um colar de cogumelos atômicos por ao redor do planeta.
daí, fiquei com a idéia fixa, de que já tinha visto tudo, antes.
em todo caso, o projeto de Nemo reunia blogueiros do Brasil e Portugal que contribuiram com micro-contos,
e isto muitos anos antes da chegada do twitter.
coisas do tipo:
Teria sido amor à primeira vista, mas ela dobrou a esquina.
ou
Tentou revisar seu livro de memórias, mas estava esgotado.
ou
Ao me ver dobrar a esquina, fugi. De mim mesma, me perdi.
ou
Em crise de identidade, questionou as próprias digitais.
ou
Fim da festa. O vinho caído na roupa molhara seu álibi.
ou
'Isso vai passar', disseram. Assim que ele morrer.
ou
Partiu sem dinheiro, e voltou sem vergonha.
ou
Não caiu de maduro. Tropeçou na própria existência.
ou
Sentia. E por isso sabia todas as coisas do mundo.
ou
Bateu na porta da casa de deus. Ninguém respondeu.
ou
E depois houve um ponto que seria final.
ou
Imprimiu o documento e viu que era real.
ou
Os tic tacs acumulavam-se. E nos cantos os dias mofavam.
ou
Alice olhou para o coelho branco e sentiu fome.
ou
Infovia-crúcis. Conheceram-se na rede. Amou-a e deletou-a.
ou
E eu ali, com aquela esperança de pacote de figurinhas...
ou
Perdeu um pedaço da vida, e nunca mais achou outro igual.
ou
Revidou o tapa de imediato. Até hoje não sabe se agiu bem.
ou
A vida na contramão com ela pedindo carona.
ou
Ligou o micro e mergulhou na rede. Nunca mais voltou.
oi
protegeu o castelo de areia do tsunami do amor com o próprio corpo
ou
infeliz demitido, esvaziou as gavetas e encheu a cara.
ou
virou uma puta, meteoro da vida, brilhava na noite.
ou
Ele diz poesia, ela reclama calor: faltam palavras pro clímax.
ou
no atraso do noivo, casou-se com o padrinho. homem é tudo igual.
ou
Tua ausência dói como um anzol.
ou
[18:44] ]dk[: onde vc quer ir ?
Vi^: sei lah... quero ir com vc
ou
Era um amor proibido. Ela era histérica e ele deprimido.
ou
jantamos a fome com a vontade de comer-nos.
ou
pura melancolia, ele era a tristeza de mãos dadas com a chuva fina
ou
Como estava frio, encostou no vidro da janela ensolarada
ou
buscou amor no google. nenhuma página com seu nome foi encontrada.
ou
usava as pernas longas e meias verdades para envolve-lo de corpo inteiro


pois é, eu disse, não há mais grande novidades desde o fim de Abbey Road fora, claro, Mario Quintana.
ou como diria Sherk, elas me julgam antes de me conhecerem, é por isto que estou melhor sozinho.
por isso mesmo o Ogro mereceu a companhia de um burro falante embora apaixonado pela adorável princesa Fiona, que idem era ogra.

terça-feira, julho 13, 2010

Hoje é dia de Rock !!

todo dia é dia de alguma coisa em sua vida, e na minha. dias sem atitude ferem profundamente o sentido da existência. talvez por isto a adolescência seja tão identificada na soma que se altera conforme a ordem dos fatores: emoção, atitude é a fome por emoção.

comemorar o dia mundial do rock, hoje, me passa um dejá vu, dos dias em que se descobriu a fórmula. era tudo um espetáculo. foi quando a criação, depois de seis eternos dias deu espaço para a produção artística, técnica e comercial.

apesar dos puristas odiarem, a verdade é que o rock foi para onde sempre quis estar, um bom e confortável lugar à frente das câmeras e holofotes, com cachês bem pagos.

O Dia Mundial do Rock, comemorado neste 13 de julho, foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), escolhendo a data do megaespetáculo Live Aid, criado por Bob Geldof, a fim de arrecadar fundos para combater a fome na África. O grande show com os nomes mais importantes do rock mundial foi realizado simultaneamente em Londres, na Inglaterra, e na Filadélfia, nos Estados Unidos nesta mesma data, em 1985.

O razão da escolha é significativa, porque o evento na verdade caracteriza talvez a última grande atitude da cultura explosiva e criativa da geração que influenciara o planeta. o rock fora criado à imagem e semelhança de sua identidade jovem, plena, para sempre.

suas referências estão cheias de valores imortais. o amar a vida é tão intensamente vivo que foi o ato definitivamente transgressor. viver tinha que ser absolutamente. não era para menos, começou quebrando limites, entre pretos e brancos, ricos e pobres, lucidez e loucura, feio e bonito, bons e maus, homens e mulheres, países, continentes. mas, sempre aqui e agora. ser jovem é para sempre mas, o preço é alto, é por muito pouco tempo.

a geração que viveu nos 50's, 60's e 70's, como nenhuma outra, foi capaz de significar mudanças culturais profundas e significativas. ela trouxe consigo esta associação música+atitude=transgressão cultural.

bem, pelo menos até ser inventada a fórmula para o sucesso. aí, descobriu-se o coreógrafo de palco, a ascendência dos diretores de marketing e o poder das gravadoras com as suas set-list e até mesmo o ultrajante playback. mas, nunca para sempre, só até ressurgirem das cinzas com Ramones e Clash à frente do movimento dos subterrâneos do punk-rock londrino e de Nova York. foi um últimato aos sentidos. um último suspiro dos corações rebeldes. talvez.

o que importa é que, de forma inédita, em 85 o evento de Bob Geldof foi transmitido para todo o mundo e com a participação de artistas tri-cools e bandas clássicas como The Who, Madonna, Led Zeppelin, Dire Straits, Queen, David Bowie, BB King, Mick Jagger, Sting, U2, Paul McCartney, Phil Collins, Joan Baez. Em 2005, o mesmo Geldof organizou o Live 8, maior e em com shows em mais países, para pressionar os países ricos, líderes do G8, a perdoar a dívida dos países pobres.

trazer e expor à público as grandes causas sociais, derrubando a hipocresia do discurso preconceituoso. isto é atitude. é a alma rock latejando.

depois, se torna história.

e a História do rock, começa no final da década de 40 e início dos anos 50, nos Estados Unidos, e se espalhou pelo mundo. há controvérsias sobre qual foi a primeira gravação do rock, que marcaria o início do gênero musical, mas com certeza não foi com o esperto Bill Harley que teve a percepção do novo diante dos seus olhos e ouvidos, e aí partiu para o abraço da glória com uma das primeiras e mais famosas canções - Rock Around The Clock- em 1955.

Dias de Rock

Eu sei, é apenas “rock and roll”, mas eu gosto. Nem sei quando começou essa coisa, até estranha, de gostar de rock num país tropical. O Brasil é um lugar rico em tradições e estilos musicais. Muitos deles são mais bonitos, mais sofisticados, mais românticos e mais alegres do que qualquer outra coisa já feita no resto do planeta.
Eu sei, é apenas “rock and roll”, mas eu gosto. São só três notas musicais. Aquela batida simples e sincopada. Uma dança meio maluca. Nada mais simples, nada mais óbvio. Letras básicas, tipo “eu amo você” ou “há, eu não amo mais você”. Pelo menos foi assim que tudo começou.
Sem muito trabalho para criar, nada de coisas complexas, o tempo passa e nas tardes da eternidade a pressa é a sede da juventude. Coisas básicas: mudar o mundo, cruzar o planeta. Desvendar a Califórnia, Londres e Hamburgo. Tóquio, Pequim e Bombaim. Seguir a infinita highway, ir a todos os lugares, por todas as autobans.
Eu devo ter estacionado num daqueles lugares onde o prá sempre sempre acaba. Onde se dá lugar ao novo. Novos Lennon&McCartney, Simmon and Garfunkel, Paulo Coelho e Raul Seixas. Onde os “malucos beleza” insistem em sonhar com um mundo melhor para todos.
Dias de Rock ainda reverberam em mim.
Foi motivo o bastante para querer revisitar a história desta trilha.


Para: Lennon & McCartnney
Por que vocês não sabem/ meu lado Ocidental./ Não precisa medo não/ não precisa da timidez/.Todo dia é dia de verão./ Eu sou da América do Sul./ Eu sei vocês não vão saber./ Não precisa medo não /não precisa da timidez / todo dia é dia de viver.
De: Milton Nascimento & Lô Borges

Enquanto o estudante José Dirceu, atual Ministro da Casa Civil do governo Lula erguia sua voz num congresso da UNE em protesto ao regime militar nos anos 60, uma outra turma de universitários de Minas Gerais, fundava num boteco encravado no centro de uma bucólica Belo Horizonte o revolucionário Clube da Esquina.
Entre goles de cerveja e beliscos e petiscos deles, ensaiavam soluções para os problemas brasileiros em sua versão musical. Desenvolviam, ali mesmo, na mesa do bar, estratégias para conter o impressionante avanço da poderosa indústria cultural estrangeira do pós-guerra.
Desta trincheira sairiam nomes como Milton Nascimento, Fernando Brant, Lo Borges, Beto Guedes e Wagner Tiso entre tantos outros e pelo menos um hino daquela geração: Travessia.
Em todos os lugares do país se ouviam protestos ou manifestos. Ninguém era de todo indiferente a nova ordem. Para uns eram tempos de chumbo. Dias cinzentos para serem esquecidos. Para outros, foram dias de oportunidades. Dias de sol.
Para todos que sonhavam com dias melhores a trilha sonora foi o rock. Seco, alto, estridente, contrastante. Para os alienados e para os engajados. Foi ao mesmo tempo definitivo e passageiro, lúcido e alucinado. Lascivo e moralista.
Todas as entranhas da sociedade puritana, severa e moralista do pós guerra estava exposta de uma hora para outra nas canções da juventude.
Os conflitos raciais violentos no sul dos Estados Unidos, a guerra fria entre os blocos socialista e capitalista, o oriente e o ocidente, Israel e a Palestina, o Vietnan e Cuba, o homem e seu passeio na lua.
Como os jovens poderiam absorver a violência e a indiferença, agora explícitos, compreender tantas formas novas de ver a vida, ao mesmo tempo que estão sendo envolvidos por mudanças trazidas a reboque dos avanços tecnológicos.
A resposta veio como um grito estridente não planejado, sem mídia sem reportagens, sem capa de revista nem glamour algum.
Big Bands são agora simples conjuntos de apenas quatro ou cinco integrantes. O suficiente para lotar pequenos bares e entupir sociedades. A fama das novas bandas se espalha como o rastilho de pólvora. O rock leva legiões de fãs aos clubes. A velha Inglaterra percebe perplexa que está prestes a explodir.
Em Londres, Aldous Huxley, filho de um diplomata britânico escreve um livro relatando suas experiências com uma nova droga química que expandia a percepção para além dos sentidos. As drogas, como o LSD, se tornam objeto de estudo e curiosidade nos meios acadêmicos mais renomados do planeta. Era preciso conhecer os limites físicos e mentais. Afinal quais seriam os limites do homem?A loucura teria finalmente cura?
Conhecer tudo, agora. Ultrapassar todas a barreiras, já. Alcançar logo o impossível. Não interessa a perfeição, mas a expressão. O rock é pura atitude.
Eram Dias de rock. Estava se formando a grande teia de comunicação global de Mc Luhan. Bill Gates ainda não havia construído sua impressionante muralha high-tech, apenas perambulava em algum lugar místico e exótico entre Calcutá e Bangcoc.
Dias em que o mundo mudou, cresceu e foi apresentado a si mesmo.
Nunca, em momento algum da história isso havia se tornado possível antes.
Talvez tivesse sido isso mesmo o que os jovens do mundo inteiro intuíram, talvez por isso quisessem tanto cantar juntos a mesma canção.
Foi a primeira vez. Haveriam muitas.

sábado, julho 10, 2010

Carpinejar 11 e meia

muito ligado o Gordo Jô recebeu o poeta gaúcho que estava de bom humor para uma entrevista. Carpinejar admitiu que o seu último livro A Perdigueira, em que faz uma veemente defesa das mulheres ciumentas, é na verdade, sobre ele mesmo.
o problema é quando não se admite o ciúmes, briga, enrola mas não pergunta o que quer saber. e a pergunta que não quer calar é: você transou com ele!?
é verdade Don Casmurro ?
aí não adianta ih eu, gostava tanto de você, gostava tanto de você...

sexta-feira, julho 09, 2010

Levantar mais tarde PODE

Levantar mais tarde para ir à escola torna o aluno mais alerta e com mais capacidade para absorver e reter conhecimento, aponta uma pesquisa realizada por um grupo escolar de Rhode Island, nos Estados Unidos.

E eu que escondia a vergonha de nunca ter conseguido em vida ser disposto o suficiente para acordar nas primeiras horas de todos os dias. Ah mas que é bonito é. O ar é outro na hora da manhã que anuncia oa disposição do dia. Este se despertar das cidades se vê em tudo e em tudo se anuncia. Pelo cheiro ainda úmido do Jacarandá, elevado pelo orvalho, ou pelos tons de cores em crescendo enquanto o sol levanta.Admita, é uma festa! Eu sei porque testemunho nas vezes que amanheço trabalhando.

Só 5,7% das escolas brasileiras têm o nível de países desenvolvidos


Somente 5,7% das escolas públicas brasileiras conseguiram alcançar nota 6 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgado nesta segunda-feira, 05/07/2010, pelo Ministério da Educação (MEC).
Seis é a nota estipulada como meta pelo governo para as escolas públicas do país. Isso porque essa é a média registrada em países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – o que a torna um padrão internacional de qualidade.

A matéria de VEJA de julho ainda lembra que o Ideb foi criado em 2005, como parte do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), para medir a qualidade de cada escola e de cada rede de ensino. O índice utiliza escala de zero a dez pontos e é medido a cada dois anos. O objetivo é que o país, a partir do alcance das metas municipais e estaduais, chegue à nota seis em 2021.

É o que faz lembrar que o Governo (e anteriores, a bem da verdade) tem aplicado menos de 1% do PIB em Educação. Felizmente não é o único que investe, A maior parcela dos investimentos está a cargo dos municípios mas, ainda assim não é muito, são parcos 3% do PIB Nacional.

É como dizem os consultores quando querem enfatizar mudanças de atitude: se você quer mudar os resultados deve mudar seus procedimentos também, ou, usando uma metáfora, se você planta banana não espere um dia colher morangos.

segunda-feira, julho 05, 2010

twitter

sério. e disposto e nem acredito.
mas, é verdade sinto, de novo. eu sinto muito.
talvez por isto mesmo, voltei a perceber. percebo que aquilo que há ao redor é além do meu bom senso e bem longe de meu umbigo - territórios que há tempos não pesquisava.
nem pesquisava o olhar dos outros olhos. não sabia ou dele proveitosamente esquecia.

ainda assim pesquisava viver, por outros prazeres.
não sentia que a falta de limites que não me impunha impedia percorrer outras vias. ah, saudáveis vias aéreas, estas dos ares das minhas transgressões pequenas mas imprescindíveis por descobri-las.
li já tarde a Perdigueira de Carpinejar. paciência, a maravilha é viver.
dela vem o olhar de um pássaro azul livre e ao sabor dos ventos.
e não fosse por estes desvios de rota, muito provavelmente também nada ou pouco ainda acharia em mim para que pudesse parar à vontade diante da grande irmã: máquina moderna conectada à rede viva.
a máquina pulsa.
amparado por aparelhos aqui respiro e vivo.
mais, novamente me permito ser. logo, sinto.


eu tô voltando

só para garantir o meu connforto, já passa das nove da noite e a noite é fria como deve ser todo o anunciado longo inverno.
para a cama ainda é cedo e os cenários de gente pobre ao redor de lixo em réplicas de cidades em preto e branco como crateras abertas no século XXI inundando de contrastes a nação de maioria negra na África que abraça o mundo. será que a copa do mundo de futebol vai mudar o apartheith introjetado na alma destas gentes em anos de medo e opressão ?
eles agora não querem vingança. querem justiça.
e a rádio on line não pesa. roda fácil. milhares de tons veem a tona como surpresas escondidas nas notas novas de intérpretes impensados. ao menos para mim.
é isso.
bom proveito.